Os mitos são, realmente, as histórias sociais que curam. Isso porque nos são mais do que o desfecho moral que aprendemos associar, há muito tempo, às quadrinhas infantis e aos contos de fada. Lidos apropriadamente, os mitos nos deixam harmonizados com os eternos mistérios do ser, nos ajudam a lidar com as inevitáveis transições da vida e fornecem modelos para o nosso relacionamento com as sociedades em que vivemos e para o relacionamento dessas sociedades com o mundo que partilhamos com todas as formas de vida (FORD, Clyde W. O herói com rosto africano. Mitos da África ).
Objetivos:
1 - Gerais
- Promover a formação integral do aluno, visando sue bem estar,preparando-o para uma atuação positiva e crítica na sociedade;
- Oportunizar ao educando a aprendizagem do conhecimento científico a partir de fundamentos culturais,políticos,econômicos,morais e éticos,visando o exercício consciente da cidadania a partir da renovação e melhoria da práxis pedagógica enfatizando o relacionamento humanístico,alvo da eficácia diagnóstica;
- Promover reflexões sobre o lugar dos afros-descendentes na sociedade brasileira, identificando formas de exclusão e discriminação vivenciadas por estes grupos, ao longo da história brasileira e local;
- Estimular o processo de avaliação da aprendizagem que considere os aspectos qualitativos do desenvolvimento sobre os quantitativos;
- Promover a integração de todos os segmentos da escola;
- Desenvolver estratégias de ensino que possam ser transpostas para a situação de sala de aula,construindo um leque de opções didático-pedagógicas relativas à História e Cultura Africanas e Afro-brasileiras, mas que também configurem, em geral, possibilidades de trabalho com o ensino de história e geografia para a clientela;
- Reconhecer a importância de incluir a temática africana e afros-descendentes no currículo, não apenas pela necessidade de cumprir a Lei nº 10.639, mas como estratégia para a construção de uma sociedade mais igualitária e democrática;
- Assegurar a avaliação processual e contínua utilizando o erro como hipótese para a construção do saber;
- Tornar o ambiente escolar mais prazeroso, facilitando aprendizagens significativas;
- Desenvolver o pensamento analítico e crítico do aluno e sua capacidade de criar soluções para as dificuldades encontradas;
- Aproveitar e desenvolver o seu potencial de criatividade, e reconhecer as qualidades da própria cultura valorando-a;
- Preparar o educando para o exercício consciente da cidadania;
- Desenvolver as capacidades e competências necessárias que permitam ao educando eleger critérios de ação pautados na justiça que levem à participação social cooperativa efetiva;
- Compreender a desigualdade social como um problema de todos e como uma realidade passível de mudanças, adotar posturas na escola, em casa, e em sua comunidade que os levem a interações construtivas justas e ambientalmente sustentáveis;
- Compreender saúde como direito de cidadania, valorizando as ações voltadas para sua promoção, proteção e recuperação; conhecer seu corpo, valorizar e cuidar de sua saúde como condição necessária para usufruir prazer sexual e proteger-se de relacionamentos sexuais coercitivos ou exploradores;
- Instrumentalizar os alunos pelo conhecimento científico, erudito e universal visando a construção de sua cidadania.
- Desenvolver a concepção Pedagógica Sócio-interacionista.
- Estabelecer relações democráticas ao nível de autoridade e poder na unidade escolar.
- Realizar Capacitação para profissionais da educação sempre que se fizer necessário em nossa Escola.
- Oportunizar no âmbito do Ensino Fundamental a vivência e o entendimento do jeito de ser, viver e pensar as diferentes culturas, bem como, entender as diferentes contribuições dos povos para a ciência, tecnologia e a filosofia ocidentais, assim como a produção científica, artística e política na atualidade, fortalecendo a solidariedade, a cooperação e o diálogo no enfrentamento dos conflitos e contradições, repudiando todas as formas de preconceito, discriminação e violências.
2 - Específicos
- Assessorar os professores na construção, desenvolvimento e execução de seus planos de Ensino e respectivos Projetos.
- Assessorar professores no processo de avaliação e recuperação, para que esta deixe de ser meritocrática e seletiva e se tome parte integrante do processo de construção e elaboração do conhecimento.
- Oferecer aos alunos orientação quando aos métodos de estudo, orientação profissional, orientação sexual, prevenção de drogas, programa de assistência social, ecológica,bem como das diversidades afros-descendentes dentro da cultura Africana e Afro-brasileira.
- Organizar atividades culturais e de lazer com o objetivo de atrair os pais para uma participação efetiva no processo educativo da escola.
- Conhecer os valores da sociedade em que vive conscientizando-se dos seus direitos e deveres como cidadão e agente transformador da realidade social;
- Desenvolver a capacidade de relacionamento humano, enriquecendo seus recursos de comunicação;
- Desenvolver o senso de responsabilidade, o espírito criador e hábitos de reflexão, promovendo a auto-realização;
- Trabalhar a auto-estima e a autoconfiança;
- Desenvolver uma consciência crítica, ética e solidária;
- Desenvolver habilidades e competências, preparando-se para os desafios do mercado profissional;
- Reconhecer-se como agente ativo no seu processo educacional;
- Ter acesso aos diversos recursos tecnológicos, como meios para a aquisição de novos conhecimentos e experiências, que resultem em novas aprendizagens aplicáveis à sua vida prática.
- Valorizar,divulgar e respeitar os processos históricos de resistência negra desencadeados pelos africanos escravizados no Brasil e por seus descendentes na contemporaneidade, desde as formas individuais até as coletivas.
- Adoção de atividades e/ou projetos educacionais e de estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial presente na escola, nos diferentes níveis de ensino.
- Fortalecer a convivência com as diferenças
- Estimular o protagonismo no âmbito do processo ensino-aprendizagem combatendo todas as formas de preconceito e discriminação
- Desenvolver um processo educativo que reconheça as pessoas como sujeitos de direitos, cidadãos que se formam no e pelo exercício da cidadania democrática
- Viabilizar a apreensão do patrimônio científico e cultural produzido pelos homens e mulheres, independentemente, de questões étnico-raciais
- Estimular e fomentar projetos de pesquisa como possibilidade de construção e ressignificação do conhecimento e saberes humanos
- Incluir e qualificar no âmbito do Projeto Político Pedagógico das escolas a questão da diversidade étnico-racial para sistemática discussão, aprofundamento e redimensionamento visando a consolidação uma escola para e com todos, na direção do fortalecimento da qualidade social do ensino.
Estrutura e Funcionamento:
1 - Instalações Físicas
HISTÓRICO
O Município de Floresta Azul foi emancipado em 23 de abril de 1962,pela sanção da Lei nº 1.686, expedida pelo então Governador da Bahia, Juracy Magalhães e publicado em Diário Oficial no dia 24 de abril do mesmo ano.
O processo de municipalização foi a concretização de um sonho antigo do senhor Manoel Saturnino dos Santos, ou simplesmente,”Seu” Duia.
Com a construção da estrada que ligaria Ibicaraí a Vitória da Conquista, muitos garimpeiros e tropeiros acampavam às margens do rio Salgado, fazendo com que “ Seu “ Duia percebesse a grande empreitada de sua vida: a construção de uma cidade.
Em 1928, Duia fez uma permuta com Manoel Piloto,trocando uma propriedade no Ribeirão das Onças, por parte da Fazenda Floresta Azul. Finalmente, em 1946 ele compraria toda a área restante da terra que compunha os quase 200 hectares.
A Fazenda Floresta Azul pertenceu ao Senhor Manoel Piloto desde 1916, mesma época em que Alcino Ferreira Lima chegou por essas bandas. Havia apenas uma residência, sede da fazenda e uma casa de oração, que servia aos donos da terra. Alcino e seu filho Agenor Ferreira dos Santos,por autorização de Manoel Piloto, construíram suas casas, que eram simples barracos de palha. Ainda, em meados de 1916, foi construído um barracão utilizado para abrigo de viajantes, principalmente boiadeiros e tropeiros.
Assim que adquiriu a fazenda, Manoel Saturnino resolveu vender pequenos lotes para que as pessoas pudessem ir se aglomerando por ali, iniciando assim, o povoado de Floresta Azul.
As primeiras moradias eram de palha, localizadas próximas ao rio. Um dos antigos moradores, o carpinteiro Enos Roberto Ramos, diz que a intenção de Duia era que o povo tivesse casas melhores, numa melhor localização.Porém, pelo baixo poder aquisitivo dos posseiros foi aconselhado a escolher uma área próxima ao rio. “Duia queria que as casas fossem de adobão ( barro) e localizadas bem distante do rio, só que os moradores eram muito pobres e não podiam construir ocupações desse tipo”, lembra “Seu Enos”.A área reservada por Duia ficou conhecida por muito tempo como Rua da palha, atual Rua Bahia,Osvaldo Cruz e Régis Pacheco.
Em 1936 Manoel Saturnino construiu a primeira casa de alvenaria de Floresta Azul e no mesmo ano, o arraial já contava com nove casas.
Com o passar dos anos, o vilarejo foi aumentando, o comércio foi surgindo e Duia continuava como responsável pelo povoado. Em 1953, se tornou distrito de Ibicaraí. Em 1961, porém, o sentimento do povo de Floresta Azul era pela sua emancipação. Reuniões no clube da cidade eram cada vez mais freqüentes. Participavam cerca de 50 pessoas, entre elas, Themístocles Alves de Matos, administrador do Distrito; Abdias Pedro dos Santos(Didi);Arthur Eliot;Genésio”Coletor”; Expedito(escrivão da coletoria); o agrimensor João Nunes da Silva(Dão); Isaías Cardoso;Hilton Borges;Amâncio macena; Pompílio Silveira;Domingos Guilherme Santana;Marcelino Guilherme Santana;Cecílio Bruno;Gerson Silveira, dentre outros.
A Escola Estadual Fred Gedeon está inserida na cidade de Floresta Azul, localizada na Zona Centro-Oeste da região Cacaueira a 14º 52’ 02” de latitude Sul e 35º 34’ 34” de longitude Oeste. Ocupa uma área de 417 quilômetros quadrados. Apresenta um distrito,Santa Terezinha, zona rural e na sede existem 3 bairros, 2 avenidas, 34 ruas, 5 travessas e 5 praças.
O seu clima é quente úmido e a topografia é acidentada devido às serras Salgado, Escondido e Pelada. Os principais rios são o Salgado e o Colônia. A região também é cortada pelos ribeirões Coquinhos,Barra Nova,Índios e Manoelzinho.
Floresta Azul, limita-se ao Norte com Almadina, ao Sul com Itapé, a Leste com Ibicaraí e a Oeste com Santa Cruz da Vitória e Itaju do Colônia. Está ligada à BR 415 e fica distante a 9 km de Ibicaraí, 51 de Itabuna,83 de Ilhéus e 491 de Salvador.
Pela estimativa do IBGE( ano de 2002), a cidade conta com aproximadamente 11.125 pessoas. O município conta com aproximadamente 8.000 eleitores.
O CEP do município é 45.740-000; DDD ( **73); Prefixo (3243); telefonia celular:TIM/MAXITEL,CLARO e VIVO; voltagem 110. Na área da comunicação, o município dispõe ainda de uma repetidora de sinal de televisão(Rede Globo), um serviço de auto-falante e uma agência dos Correios, que também funciona como correspondente bancário do Bradesco.
O primeiro colégio construído na cidade foi a Escola Estadual Fred Gedeon, inaugurada em 06 de dezembro de 1968. A rede municipal de ensino é composta atualmente por 25 escolas públicas, sendo 15 localizadas na zona rural e 10 na zona urbana(sede e distrito). 3.430 alunos estudam nessas escolas. Distrito de Santa Terezinha – 2 escolas: 1 (pré a 4ª série) e 1( 5ª série ao Ensino Médio) e mais uma creche. Na sede do Município, 1(pré a 8ª série), 1 (5ª série ao Ensino Médio) e 6(pré a 4ª série). Na zona rural: multiseriadas(pré a 4ª série).
No município de Floresta Azul existem 2 templos da Igreja Católica; 2 da Igreja Adventista do Sétimo Dia; Igreja Batista; Salão do Reino Testemunhas de Jeová;Igreja Pentecostal;Igreja Primitiva;Congregação Cirstã; Assembléia de Deus; Deus é Amor; Centro Espírita; Centro de Candomblé e Umbanda.
Na cidade não há um trabalho intensificado concernente aos aspectos étnico-raciais. Grande parte das vezes são projetos escolares que sempre mostram a cultura afro-brasileira, apresentações de grupos de capoeiras locais,dentre outros.
A principal atividade econômica de Floresta Azul sempre foi a Cacauicultura, seguida de pecuária bovina.
A Escola Estadual Fred Gedeon, com código 1158947, localizada à rua Wandick Badaró, 20, no centro de Floresta Azul, integra a rede estadual de ensino de Floresta Azul.
A Escola recebeu este nome em homenagem ao agricultor Fred Eidi Gedeon, que lutou muito pelo engrandecimento da região, principalmente concernente à produção do cacau. Na oportunidade o prefeito era Abdias Pedro dos Santos, que mediante à construção da Unidade Escolar, homenageou o fazendeiro que possui até hoje propriedades na cidade, em especial, a Fazenda Venturosa, comandada atualmente por sua filha Eleonora Gedeon.
Os primeiros professores da Escola Estadual Fred Gedeon foram Balbina Andrade e Maria Emília dos Santos. A delegada de Educação(na época) era a professora Vanda Martins Araújo.
No ato da sua Criação,a escola funcionava com três(03) salas, uma (01) secretaria ,uma(01) cozinha para preparação da merenda,um(01) depósito,uma(01)espaço de lazer no centro da escola(sem cobertura) e quatro(04) banheiros. Quando foi inaugurada a escola, funcionava com o ensino Fundamental Nível. Logo depois, no ano de 1994 foi que a referida escola foi autorizada para que incluísse o ensino Fundamental Nível II e em seguida o Ensino Médio. Hoje a escola funciona com o ensino Fundamental nível II e o Ensino Médio nos turnos Matutino, Vespertino e Noturno.
A filosofia da Escola Estadual Fred Gedeon tem embasamento na construção do “homem como um todo, apto para interagir na sociedade como um sujeito construtor da sua própria origem através da análise crítico e reflexivo, da criatividade e da interação com seu dia-a-dia, para assim transformá-lo assegurando-lhe o direito do exercício enquanto cidadão.
Como compromisso para que os alunos, professores, pais,diretores,coordenadores,funcionários tenham um envolvimento para minimizar a distância entre si e a qualidade final do ensino, esta Escola fundamentada nas leis Portaria nº 2923 , Diário Oficial de 06.12.1968, Autorização ou reconhecimento, Portaria 4237, Diário Oficial de 01.09.1994 e Portaria 9598 de 30.12.1998 implanta uma proposta democrática participativa e compartilhada sintonizando com os anseios de todos os envolvidos para o sucesso da Unidade Escolar.
Atualmente, a Escola Estadual Fred Gedeon se apresenta com a seguinte estrutura física: 06 salas de aula forradas, com cerâmica, janelas, bem arejadas e três ventiladores, 01 laboratório de informática( em fase de instalação), 01 sala de professores, 01 sala para direção; 01 secretaria,01 almoxarifado (material didático e de limpeza); 01 cozinha com dependência para guardar materiais de cozinha; 04 banheiros; 01 pátio interno sem cobertura e uma área aberta coberta próxima às salas de aula,o colégio possui uma boa base de retelhamento, muros em toda sua estruturação, reservatórios de água,01 cantina.
2 - Recursos Humanos:
Direção:
Diretora: Sandra Maria de Souza Lima
Vice-Diretoras: Nadijena Aparecida
Edvanise Souza Barbosa
Coordenadora:
Em atuação – não temos.
Professores:
Anderson Santos Carvalho
Ângela Souza Santana
Audinede Silva Santos
Acácia Nunes de Oliveira Silva
Edvanise Souza Barbosa
Genivaldo Pereira dos Santos
Gilmara Angélica dos Santos Cardoso
Josemária Silva Santos
Maria de Fátima Narciso Leal
Nadijena Aparecida de Oliveira
Rogério Dias Santos
Raimundo Oliveira
Magnólia Pardinho
3 - Recursos Financeiros
FAED - O FAED é o Fundo de Assistência Educacional, instituído pelo Decreto Estadual nº 28696 de 18 de fevereiro de 1982, que visa descentralizar recursos públicos para a melhoria da qualidade de ensino, possibilitando às Unidades Escolares Estaduais o gerenciamento de sua verba e o atendimento das prioridades eleitas pela comunidade escolar.
PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola.
CAIXA ESCOLAR - Instituição jurídica, de direito privado, sem fins lucrativos, que tem como função básica administrar os recursos financeiros da escola, oriundos da União, estados e municípios, e aqueles arrecadados pelas unidades escolares. Ou seja, são unidades financeiras executoras, na expressão genérica definida pelo Ministério da Educação. Os recursos recolhidos por ela destinam-se à aquisição de bens e serviços necessários à melhoria das condições de funcionamento da escola, incluídos no seu plano de desenvolvimento.
PEJA - Programa de Educação de Jovens e Adultos
PDE - Uma educação básica de qualidade. Essa é a prioridade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Investir na educação básica significa investir na educação profissional e na educação superior, porque elas estão ligadas, direta ou indiretamente. Significa também envolver todos, pais, alunos, professores e gestores, em iniciativas que busquem o sucesso e a permanência do aluno na escola.
PDE – PROJETO ALVORADA
Organização da Escola âmbito espaço-temporal:
1 - Níveis e modalidades de ensino:
Ensino Fundamental – Nível II ( 5ª a 8ª Séries)
Ensino Médio
2 - Papel e responsabilidades do: diretor, dos professores, dos coordenadores ou supervisores, dos estudantes, da família, dos funcionários, outros.
Do Diretor:
O diretor é um importante articulador de todas as forças, tanto dos órgãos normativos oficiais quanto da comunidade escolar; e assume um papel institucional medidas que lhe garante o direito de cobrar e tomar para o bem estar de todos.
- Exercer autoridade administrativa e pedagógica articulando todos os envolvidos no processo para a consecução das atividades docentes.
- Cumprir e fazer cumprir as leis do ensino, bem como as normas regimentais;
- Responsabilizar-se por todas as atividades desenvolvidas na Unidade, com predominância as de caráter pedagógico;
- Autorizar a realização de atividades extracurriculares;
- Garantir a execução e a avaliação da Proposta Pedagógica;
- Convocar e presidir as reuniões de interesse da Unidade;
- Acompanhar e avaliar, de forma participativa, a execução do currículo em vigor, visando à adoção de medidas necessárias à correção de eventuais disfunções;
- Representar a Unidade perante as autoridades superiores e a comunidade, prestando informações pertinentes quando for o caso;
- Propiciar a participação da Unidade em atividades educativo-culturais promovidas pela comunidade;
- Incentivar a participação dos pais e da comunidade no desenvolvimento das atividades promovidas pela Unidade;
- Desenvolver ações educativas que incentivem o cuidado, o zelo, o uso adequado das instalações físicas, dos equipamentos e materiais escolares, estimulando a co-responsabilidade dos professores, funcionários, alunos e comunidade;
- Criar estratégias que garantam aos funcionários a participação em atividades relacionadas à atualização, ao aprimoramento profissional e à formação continuada;
- Garantir o acesso e a divulgação, em tempo hábil, de documentos e informações de interesse da comunidade escolar;
- Analisar, assinar e expedir documentos escolares, deferir ou não, pedidos de matrículas e/ ou renovações;
- Presidir reuniões do Conselho de Classe e da Comissão de Professores;
- Indicar as necessidades de pessoal à Entidade Mantenedora para fins de contratação;
- Coordenar a elaboração e a divulgação de normas internas;
- Praticar os demais atos necessários ao funcionamento da Unidade.
- Elaborar e apresentar plano de trabalho no início de cada ano letivo.
- Coordenar a elaboração e a implantação do projeto político pedagógico, ou proposta pedagógica e do regimento escolar, junto com o vice-diretor e com o coordenador pedagógico.
- Coordenar as atividades pedagógicas, administrativas e financeiras de acordo com as orientações do conselho escolar e da Secretaria Estadual de Educação.
- Executar as determinações dos órgãos aos quais a unidade escolar está subordinada.
- Cumprir e fazer cumprir a legislação vigente e os convênios propostos no projeto pedagógico da unidade escolar.
- Representar a unidade escolar, responsabilizando-se juntamente com o conselho escolar pelo seu funcionamento.
- Elaborar o plano de aplicação dos recursos financeiros para avaliação e aprovação.
- Manter atualizado o inventário dos bens públicos, zelando por sua conservação.
- Apresentar à comunidade, dentro dos prazos estabelecidos, os resultados da avaliação de desempenho e a movimentação financeira da unidade escolar.
- Propor ações que visem à melhoria da qualidade dos serviços prestados.
- Submeter à apreciação do Conselho escolar as transgressões disciplinares dos Cumprir e fazer cumprir o estatuto do magistério.
- Coordenar o processo pedagógico, articulando as ações entre os turnos de funcionamento da unidade escolar.
- Participar de programas de formação propostos para os coordenadores pedagógicos.
- Como podemos ver, são muitas as atribuições do diretor da escola, ele deve estar atento ao cumprimento de todas elas. Pode parecer ser difícil, mas na verdade todas essas ações visam simplificar e ajudar o diretor a planejar, organizar, executar e controlar melhor a sua gestão.
Indiscutivelmente está sobre a direção a maior parte da responsabilidade de implementar tudo o que foi visto até aqui, por isso, sua atuação é fundamental para o sucesso da gestão escolar.
A direção corresponde a todas as atividades de coordenação e de acompanhamento do trabalho das pessoas, envolvendo o cumprimento das atribuições de cada membro da equipe, a realização do trabalho em equipe, a manutenção do clima de trabalho e a avaliação de desempenho de cada membro. Essa definição se aplica aos dirigentes escolares, mas também é aplicável aos professores, seja no seu trabalho em sala de aula, seja quando assumem outras responsabilidades no ambiente da escola.
Dirigir e coordenar significa assumir, no grupo, a responsabilidade por fazer a escola funcionar mediante o trabalho em conjunto.
Para que isso aconteça, cabe ao diretor da escola assegurar:
A execução coordenada e integral de atividades dos setores e dos indivíduos da escola, conforme decisões coletivas anteriormente tomadas;
Assegurar também o processo participativo de tomada de decisões , cuidando, ao mesmo tempo, que estas se convertam em medidas concretas efetivamente cumpridas pelo setor ou pelas pessoas em cujo trabalho são aplicadas;
E garantir ainda a articulação das relações interpessoais na escola e no âmbito em que o dirigente desempenha suas funções.
O papel do diretor escolar
Existem outros aspectos do trabalho que o diretor deve fazer na escola e que chamamos de papéis ou atribuições. O diretor escolar como também o vice-diretor ou diretor adjunto, naquelas escolas onde existe esse cargo, exercem alguns importantes e diferentes papéis na sua gestão.
Primeiro papel: O diretor é o representante legal da secretaria estadual de educação.
O diretor não pode e não deve esquecer que é um funcionário público de carreira e que tem vínculo com esse órgão superior de ensino, tendo, portanto que prestar contas de suas ações e atender a Secretaria estadual sempre que solicitado. Cabe ao diretor, conduzir sua escola de acordo com as determinações e orientações da Secretaria de Estado, ficando sob sua responsabilidade a coordenação das atividades dos demais servidores públicos e profissionais da educação lotados na sua escola, averiguando o desempenho regular de suas atribuições garantindo assim que a escola execute sua proposta pedagógica com qualidade. O diretor deve conhecer as atribuições definidas na legislação para cada um dos cargos que ocupam os servidores sob sua responsabilidade, como também conhecer a legislação estadual e federal.
Segundo papel: O diretor representa os alunos, a sua equipe e a comunidade
O diretor é o responsável por criar um ambiente de trabalho onde haja respeito e confiança entre os membros da equipe escolar, assegurando condições para o alcance dos objetivos. Por isso, ele deve definir e distribuir tarefas dando total apoio às pessoas que trabalham com ele e lembrando-se sempre de que um bom relacionamento é a base para uma boa gestão.
Terceiro papel: A escola tem a “cara do diretor”
Quando entramos em uma escola, sabemos no mesmo instante se o diretor é um bom gestor, pois a marca de sua administração fica evidente em todos os espaços da escola. Escolas bem administradas apresentam um ambiente de trabalho tranqüilo e que nitidamente propiciam boas condições de aprendizagem.
O que realmente esperamos é que os nossos diretores realizem com determinação os seus papéis de tornarem as escolas em verdadeiros centros de excelência e qualidade de ensino.
Dos Professores:
"A alma de qualquer instituição de ensino é o professor. Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campos de futebol - sem negar a importância de todo esse instrumental -, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e à importância do professor”.Dr. Gabriel Chalita, autor do livro "Educação - a solução está no afeto"
Condições satisfatórias para o desenvolvimento de sua ação educativa;
- Autonomia didático-pedagógica de ensino, observada a Proposta Pedagógica da Instituição;
- Tratamento condigno com a função de educador;
- Oportunidade de participação em eventos pedagógicos, tendo em vista o seu contínuo aperfeiçoamento.
- Participar de reuniões e de outras atividades escolares, sempre que convocado pela Direção da Unidade;
- Avaliar o rendimento escolar dos alunos, de acordo com os critérios estabelecidos neste Regimento;
- Executar as tarefas pedagógicas e de registros da vida escolar do aluno, que lhe são inerentes;
- Cumprir os dias letivos e as horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos definidos pela Direção para planejamento, avaliação e desenvolvimento profissional;
- Participar da elaboração do plano de curso das áreas de conhecimento e dos componentes curriculares, de acordo com a Proposta Pedagógica da Instituição;
- Executar o plano de curso, de acordo com a Proposta Pedagógica da Instituição;
- Participar do Conselho de Classe ou da Comissão de Professores;
- Participar das atividades de articulação da Unidade com as famílias e a comunidade;
Segundo a LDB, está muito além da simples transmissão de informações. Dentro do conceito de uma gestão democrática, ele participa da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, isto é, decide solidariamente com a comunidade educativa o perfil de aluno que se quer formar, os objetivos a seguir, as metas a alcançar. E isso não apenas no tocante a sua matéria mas toda a proposta pedagógica.
A LDB discorre sobre a elaboração e o cumprimento do plano de trabalho, trazendo à tona a organização do professor e a objetividade no exercício de sua função. No tocante à aprendizagem dos alunos, fala em zelo no sentido de acompanhamento dessa aprendizagem, que se dá de forma heterogênea, individual. Zelar é mais do que avaliar, é preocupar-se, comprometer-se, buscar as causas que dificultam o processo de aprendizagem e insistir em outros mecanismos que possam recuperar os alunos que apresentem alguma espécie de bloqueio para o aprendizado. O professor só conseguirá fazer com que o aluno aprenda se ele próprio continuar a aprender. A aprendizagem do aluno é, indiscutivelmente, diretamente proporcional à capacidade de aprendizado dos professores. Essa mudança de paradigma faz com que o professor não seja o repassador de conhecimento, mas orientador, aquele que zela pelo desenvolvimento das habilidades de seus alunos. Não se admite mais um professor mal formado ou que pare de estudar. Para que o processo de aprendizagem seja eficiente, os atores sociais precisam participar e essa articulação é imprescindível. A parceria escola/família, escola/comunidade é vital para o sucesso do educando. Sem ela a já difícil compreensão do mundo por parte do aluno se torna cada vez mais complexa. Juntas, sem denegar responsabilidades, a família, a escola, a comunidade podem significar um avanço efetivo nesse novo conceito educacional: a formação do cidadão."
"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimos que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive."
(Ricardo Reis)
Dos Coordenadores:
- Participar da implementação, monitoramento e avaliação da Proposta Pedagógica da Instituição;
- Promover encontros de natureza pedagógica, com vistas à atualização e renovação dos recursos, métodos e técnicas utilizados pelos professores em sua atuação docente;
- Assessorar a Direção no processo de recrutamento e seleção de professores e auxiliares de sala;
- Auxiliar a Direção em suas decisões relativas aos casos de aproveitamento e avanço de estudos, mediante análise da documentação escolar dos alunos;
- Facilitar o desempenho do grupo de professores, promovendo a coordenação integrada, oportunizando a troca de experiências e a interdisciplinaridade curricular;
- Analisar, selecionar e indicar, juntamente com os professores, os livros didáticos e outros materiais de ensino a serem adotados na Unidade;
- Cooperar no processo de integração escola-comunidade;
- Integrar os Conselhos de Classe e Comissão de Professores;
- Orientar e supervisionar o planejamento docente nas fases de elaboração, execução e implementação;
- Propor medidas referentes ao aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem e à melhoria dos mecanismos de avaliação do rendimento escolar;
- Colaborar com a Direção, professores e demais especialistas no desenvolvimento de eventos pedagógicos;
- Elaborar o planejamento semestral das atividades de seu setor, bem como os relatórios semestrais solicitados pela Direção;
- Elaborar relatórios das atividades desenvolvidas, com a participação dos professores, estimulando a auto-avaliação da equipe e propondo soluções alternativas para os problemas detectados;
- Estimular o aperfeiçoamento continuado do professor;
- Subsidiar o trabalho do professor por meio de textos, pesquisas, reportagens vídeos, auxiliando-os na escolha do material didático.
Dos Estudantes:
O Corpo Discente é formado pelos alunos da Unidade Escolar com os seguinte deveres e/ou atribuições:
- Comparecer às aulas de acordo com as exigências do Regimento Escolar, Projeto Pedagógico e o Código de Postura do Aluno, em anexo;
- Desempenhar as atividades escolares para as quais se exigir a sua participação;
- Respeitar e obedecer as autoridades e demais elementos da Escola;
- Zelar pela conservação do prédio escolar, material didático, móveis e utensílios da Unidade Escolar;
- Expor as dificuldades encontradas nos trabalhos escolares em qualquer disciplina e solicitar ao professor orientação;
- Ser considerado e valorizado em sua individualidade, sem comparação nem preferência;
- Recorrer dos resultados, das avaliações de seu desempenho;
- Colaborar no processo ensino-aprendizagem das diversas disciplinas da Unidade Escolar;
Da Família:
A família é fundamental na formação de qualquer indivíduo culturalmente, socialmente, como cidadão e como ser humano. É imprescindível a necessidade da aproximação da família com a escola e que os pais e responsáveis sintam a obrigação de acompanhar a vida escolar do aluno. Afinal, todos temos condições de perguntar se nosso filho fez a lição de casa.
A Família tem um papel insubstituível e determinante na educação dos filhos. Uma das vertentes mais importantes deste papel tem a ver com o quadro de valores que todos nós permanentemente necessitamos. A família oferece o melhor quadro emocional e moral para uma criança ou jovem adquirir esse padrão de referência original.
Na relação família/educadores, um sujeito sempre espera algo do outro. E para que isto de fato ocorra é preciso que sejamos capazes de construir de modo coletivo uma relação de diálogo mútuo, onde cada parte envolvida tenha o seu momento de fala, onde exista uma efetiva troca de saberes. A construção dessa relação implica em uma capacidade de comunicação que exige a compreensão da mensagem que o outro quer transmitir, e para tanto, se faz necessário, a competência e o desejo de escutar o que está sendo expresso, bem como a flexibilidade para apreender idéias e valores que podem ser diferentes dos nossos.
Por parte da escola: respeito pelos conhecimentos e valores que as famílias possuem, evitando qualquer tipo de preconceito e favorecendo a participação dos componentes da instituição familiar em diferentes oportunidades, estimulando o diálogo com os pais e possibilitando-lhes, também, obter um ganho enquanto sujeitos interessados em evoluir e se aperfeiçoar e como seres humanos e cidadãos compromissados com a transformação da realidade.
Família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano; são marcos de referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação do sujeito. A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares. É importante que pais, professores, filhos/alunos compartilhem experiências, entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu dia- a- dia sem cair no julgamento “culpado x inocente”, mas buscando compreender as nuances de cada situação, uma vez que tudo o que se relaciona aos filhos tem a ver, de algum modo, com os pais e vice-versa, bem como tudo que se relaciona aos alunos tem a ver, sob algum ângulo, com a escola e vice-versa.
Dos Funcionários:
Funcionários da escola: colaboradores no processo de construção da qualidade na escola.
O trabalho exercido pelos funcionários visa também um processo educativo, portanto, seu trabalho não se resume em apenas deixar a sala limpa, preparar uma merenda gostosa ou cuidar da documentação. Deve sim contribuir para um processo educativo, a formação das crianças e dos jovens presentes no dia-a-dia da escola. Se são chamados de Profissionais da Educação significa que não são amadores, não fazem o trabalho como um “hobby”, mas sim com profissionalismo e dedicação.
Esses funcionários devem sim passar por uma valorização garantindo a qualidade, visto que os funcionários também são responsáveis pela educação do aluno como formação humana, que o acompanha pelo resto da vida. Podemos dizer que esses funcionários são uma espécie de educadores esquecidos, que não recebem a devida consideração.
3 - Modelo e instâncias de gestão.
As organizações sociais mudam quando surgem pressões externas, decorrentes da insatisfação das pessoas com a ordem existente. A escola vem sofrendo enormes pressões externas e a sociedade tem demonstrado seu desagrado em relação ao trabalho realizado pelas instituições educacionais.
Dentro da organização escolar, o descontentamento deixa claro o anseio por uma maneira diferente de fazer a educação. Cada escola quer determinar a melhor alternativa de ação, a partir de um modelo próprio e, coletivamente, alcançar a excelência que a comunidade escolar pretende tornar uma realidade.
Uma Gestão Democrática de ensino com participação de todos deve envolver características como:
a) autonomia dos estabelecimentos de ensino na gestão administrativa, financeira e pedagógica;
b) livre organização dos segmentos da comunidade escolar;
c) participação dos segmentos da comunidade escolar nos processos decisórios em órgãos colegiados;
d) transparência dos mecanismos administrativos, financeiros e pedagógicos;
e) garantia de descentralização do processo educacional;
f) valorização dos profissionais da educação;
g) eficiência no uso de recursos, etc.
A descentralização se processa à medida que a escola vai construindo sua autonomia.
A autonomia não significa ausência de leis, normas, regras ou a idéia de que a escola pode fazer o que quiser - significa sim, a possibilidade de a escola ser o centro das decisões, traçar seus rumos, buscar seus caminhos, criar condições de vir a ser o que se pretende, dentro dos parâmetros gerais definidos pelo Estado.
Essa construção coletiva, de forma sincronizada e abrangente, traça uma nova estrutura capaz de romper a cadeia de recriminações mútuas e da busca de culpados pelo insucesso da escola, além de avançar na concretização de desejos comuns.
Nessa busca de transformação, a escola e a sociedade planejam e realizam ações que viabilizam o processo de qualificação do ensino pública.
A descentralização do sistema de ensino, no contexto da democratização, leva a uma reorganização dos espaços de atuação e das atribuições das diferentes instâncias decisórias - Governo, Secretaria, Diretoria Regional de Ensino, Escola - com novos processos e instrumentos de participação, de parceria e de controle onde todos estejam envolvidos e busquem elementos para a construção de uma Escola Eficaz de garantia da melhoria da qualidade de ensino, de manutenção do sistema etc.
Somente uma gestão democrática, nas diferentes instâncias, poderá levar à descentralização da administração da educação da educação e à construção da autonomia da escola.
Gestão democrática implica participação intensa e constante dos diferentes segmentos sociais nos processos decisórios, no compartilhar as responsabilidades, na articulação de interesses, na transparência das ações, em mobilização e compromisso social, em controle coletivo.
Quando se pensa a respeito e se faz gestão democrática, realizam-se processos participativos.
E processo participativo pressupõe criação e ação em órgãos colegiados; planejamentos conjuntos e participativos; decisões compartilhadas entre os diferentes segmentos; pensar e fazer com parcerias; passagem do âmbito burocrático da administração para o âmbito pedagógico da ação; participação interativa dos segmentos da comunidade escolar, entre outros.
Assim vem fazendo a Escola Estadual Fred Gedeon dando ênfase ao senso de missão,senso de aprendizagem,consistência,ambiente agradável,ordeiro,abertura para toda a comunidade,tempo, presença e exemplo. E essa eficácia só pode ser consistente no momento em que os ingredientes de Liderança, de expectativas, de Atmosfera, de Autonomia Pedagógica,do Uso de tempo,do Acompanhamento do progresso do aluno,do Profissionalismo e do apoio e participação dos pais tornaram-se elevadores para a gestão da concepção de fazer e acontecer.
O consenso não é ponto de partida para a interação dos protagonista, pois apenas obscurece a diversidade; ele deve ser buscado numa trajetória que comporte a discussão, o conflito; enfim, o consenso e as decisões devem ser construídas coletivamente. (SPÒSITO, 1999).
Pois, a autonomia da escola não é a autonomia dos professores, ou a autonomia dos pais, ou a autonomia dos gestores. A autonomia (...) é o resultado do equilíbrio de forças (...) entre os detentores de influência (externa e interna) (...). Deste modo, a autonomia, afirma-se como expressão da unidade social que é a escola e não preexiste à ação dos indivíduos. Ela é um conceito construído social e politicamente, pela interação dos diferentes atores [sujeitos] organizacionais em uma escola.
Isto significa que não existe (...) uma ’autonomia decretada’, contrariamente ao que está subjacente às mais diversas estratégias ’reformistas’ neste domínio. O que se pode decretar são normas e regras formais que regulam a partilha de poderes e a distribuição de competências entre os diferentes níveis de administração, incluindo o estabelecimento de ensino. (BARROSO, 1996, p. 186).
Organização Curricular:
1 - Princípios Epistemológicos
"Afinal: vai-se à escola para adquirir conhecimentos, ou para desenvolver competências?"
Capacidade para articular a situação a ser enfrentada com outras situações que contiveram elementos similares, bem como a capacidade para articular conhecimentos teóricos a conhecimentos práticos, reafirmando a compreensão de que a simples existência de conhecimentos, sejam tácitos ou sejam teóricos, não é suficiente para desencadear ações competentes. E estas competências estarão tão mais presentes quanto mais ricas forem as experiências vividas, os conhecimentos adquiridos, o acesso a informações, e assim por diante..
Capacidades para mobilizar e transferir conhecimentos tácitos e teóricos, o que depende apenas em parte do domínio cognitivo, adentrando-se na esfera do domínio afetivo ou comportamental, expressão esta preferida pelos teóricos contemporâneos para fugir de uma suposta abordagem psicologista da questão.
Conceito de competência como práxis, que articula conhecimento teórico e capacidade de atuar.
A pesquisa que vem sendo realizada permite compreender o conceito de competência como a capacidade de agir, em situações previstas e não previstas, com rapidez e eficiência, articulando conhecimentos tácitos e científicos a experiências de vida e laborais vivenciadas ao longo das histórias de vida. Ele tem sido vinculado à idéia de solucionar problemas, mobilizando conhecimentos de forma transdisciplinar a comportamentos e habilidades psicofísicas, e transferindo-os para novas situações; supõe, portanto, a capacidade de atuar mobilizando conhecimentos.
Permite distinguir as atividades teóricas das atividades práticas e seus respectivos espaços de desenvolvimento e de realização; e que atividade teórica não é práxis, e que a educação é mediação entre os processos de aquisição do conhecimento e a sua materialização em ações transformadoras da realidade.
"O trabalho foi ensinado aos operadores na prática, então este é o melhor meio de avaliar. Na prática, eles terão melhores condições de mostrar o que sabem. Tem pessoas que não são boas de prova e conhecem bem a unidade, principalmente os mais antigos"
"A finalidade imediata da atividade teórica é elaborar ou transformar idealmente, e não realmente, para obter como produtos teorias que expliquem uma realidade presente ou modelos que prefigurem uma realidade futura. A atividade teórica proporciona um conhecimento indispensável para transformar a realidade...mas não transforma em si a realidade, a não ser quando apropriada pela consciência individual e coletiva, e então se transformem as idéias em ações."
A escola é o lugar de aprender a interpretar o mundo para poder transformá-lo, a partir do domínio das categorias de método e de conteúdo que inspirem e que se transformem em práticas de emancipação humana em uma sociedade cada vez mais mediada pelo conhecimento. O lugar de desenvolver competências, que por sua vez mobilizam conhecimentos, mas que com eles não se confundem, é a prática social e produtiva.
Logo, a tarefa da Escola Estadual Fred Gedeon é desempenhar com qualidade seu papel na criação de situações de aprendizagem que permitam ao aluno desenvolver as capacidades cognitivas, afetivas e psicomotoras relativas ao trabalho intelectual, sempre articulado, mas não reduzido, ao mundo do trabalho e das relações sociais, com o que certamente estarão dando a sua melhor contribuição para o desenvolvimento de competências na prática social e produtiva.
2 - Princípios Didáticos-Pedagógicos
O homem é o único animal que por características próprias, desenvolve concepções de mundo e modos de resolver problemas, que vão sendo assimilados pelas novas gerações, seja para facilitar a sua sobrevivência ou para encontrar o sentido das coisas. A apropriação da herança cultural pode se dar de várias formas, sendo o ensino uma forma privilegiada.
O problema metodológico é um problema que perpassa todo o sistema educacional, uma vez que é longa a tradição de um ensino passivo, desvinculado da vida.
Em virtude das transformações em processo no mundo contemporâneo, as metodologias e conteúdos também se modificam de forma a aproximar cada vez mais a teoria da prática.
Valores, opção ideológica e política, compromisso e concepção do processo de conhecimento, são elementos que interferem na prática de ensino do professor/instrutor, independentemente do espaço físico (sala de aula, oficina, fábrica, laboratório, repartição pública, etc), onde desenvolva sua atividade pedagógica. O referencial teórico que serve de alicerce para a prática do professor/instrutor pode desempenhar um papel importante desde que dê conta da compreensão da realidade que se trabalha. A teoria ideal é aquela mais articulada à realidade, que procura explicá-la, captar melhor a sua essência, para melhor poder intervir. Embora não seja suficiente, o referencial teórico é necessário para a transformação da prática metodológica, em sala de aula.
Na busca de superar as formas tradicionais de ensino, o corpo docente, administrativo e juntamente com toda a população escolar tenta cada vez mais inovar, assumindo posturas com as que seguem:
- substituição da exposição do professor pela exposição de um vídeo (ou programa do computador).
- cadeiras em círculo com participação de toda a escola (alunos são autores principais do contexto de aprendizagem).
- utilizar-se de técnicas inovadoras onde o aluno possa participar mais, dando opiniões e construindo seus conceitos;
Por isso, ainda é pertinente ressaltar dentro destes princípios Didáticos Pedagógicos:
- O aluno é um ser concreto, sujeito às mudanças histórico-sociais, culturais, econômicas (não o ideal dos manuais pedagógicos);
- O conhecimento se dá na relação sujeito-objeto-realidade, com a mediação do professor (e não pela simples transmissão);
- O conhecimento se dá pela ação do sujeito sobre o objeto de estudo, não pela ação do professor;
- O aluno traz uma bagagem cultural (o novo conhecimento se dá a partir do anterior);
- O trabalho em sala de aula tem uma dimensão coletiva (não é uma justaposição de individualidades).
- Usar apenas a metodologia expositiva revela um alto risco de não aprendizagem, em função do baixo nível de interação sujeito-objeto de conhecimento-realidade (grau de probabilidade de interação significativa é muito baixo).
- O aluno construindo deus conhecimentos a partir do momento em que buscam novos desafios e elaboram projetos de acordo ao currículo das disciplinas.
Todo professor almeja que seus alunos aprendam aquilo que está ensinando – que considera relevante – que realmente elaborem o conhecimento. Procurar garantir a elaboração do conhecimento pelos alunos é diferente do que simplesmente “transmitir” ainda que com competência.
Para acontecer essa inovação, foi necessário variar as técnicas de ensino utilizadas;
Existem diferentes formas de organizar o processo de construção do conhecimento que, se justificam a partir de diferentes concepções sobre o processo de conhecer, que por sua vez, são decorrentes de determinada visão de homem e de mundo.
CONCLUSÃO:
Uma metodologia de ensino dentro de uma perspectiva dialética, parte de uma concepção de homem e de conhecimento que entende o homem como um ser ativo e de relações. Assim compreende-se que o conhecimento não é transferido ou depositado pelo outro (concepção tradicional), nem é inventado pelo sujeito (concepção espontaneísta), mas sim, construído pelo sujeito na sua relação com os outros e com o mundo. O conteúdo apresentado pelo professor deve ser trabalhado, refletido, reelaborado pelo aluno, para se constituir em conhecimento dele. Sendo essa a dinâmica do conhecimento universal, vale para qualquer situação pedagógica.
Nossa ação, portanto, deve visar:
- Provocar: colocar o pensamento do educando em movimento, propiciar que o aluno pense sobre a questão. Propor atividades de conhecimento, provocar situações em que o conhecimento possa emergir e o aluno possa atuar. Assim terá condições de trabalhar, processar as informações e aproveitá-las.
- Dispor: objetos/elementos/situações: dar condições para que o educando tenha acesso a elementos novos, para possibilitar a elaboração de respostas aos problemas suscitados, superar a contradição entre sua representação e a realidade. Dar indicações, oferecer subsídios, dispor de elementos certos no momento certo.
- Interagir: com representação do sujeito: solicitar expressão, acompanhar percurso de construção, se a capacidade analítica do educando não for muito longe, o professor entra estabelecendo novas contradições entre a representação sincrética do sujeito e os elementos não captados do objeto, pelo sujeito.
3 - Princípios Éticos
"Em momento algum o professor pode duvidar que o ser humano é perfeito e que tem capacidade infinita de aprender"
“Se o Mestre for verdadeiramente sábio, não convidará o aluno a entrar na mansão de seu saber, e sim, estimulará o aluno a encontrar o limiar da própria mente”. Khalil Gibran
Ensinar a pensar é importante, mas importante ainda é ensinar a pensar sobre o que se pensa, sobre a importância ou não daquele assunto, sua pertinência, sua validade. É a necessidade de reflexão, pois é isso que nos faz diferentes de outras espécies. A partir daí, todo o corpo docente da escola estará desenvolvendo o senso crítico da turma e contribuindo para sua formação política, que é uma das maiores colaborações que ele pode dar à nação. Incentivar a reflexão é formar cidadãos participativos e críticos, que saibam utilizar as instituições democráticas e usufruí-las bem. As escolas deveriam todas pregar em suas portas as palavras do filósofo espanhol Jaime Balmes: "A arte de ensinar a aprender consiste em formar fábricas, não armazéns".
Os valores éticos são transversais a toda a educação, que não deve haver uma disciplina específica e que todos os professores devem dar o exemplo e fazer reflexões com as turmas.
Assumindo os princípios éticos da solidariedade, liberdade, participação, autonomia, igualdade e justiça Social, são valores adotados que devem elucidar os princípios da dialogicidade da educação e os pressupostos básicos da abordagem sócio-histórica da aprendizagem, das abordagens sócio - interacionistas da linguagem e da perspectiva do letramento.
Em atendimento a esses pressupostos, a metodologia de trabalho pauta-se em situações que levem o professor a teorizar sobre sua ação cotidiana, refletindo sobre os modelos teóricos que servem de suporte para tal teorização. É imprescindível, então, a valorização das formas de trabalho coletivo e ação autônoma dos professores, com envolvimento do professor em planos sistemáticos de estudo individual e coletivo. Feito a partir de uma convivência saudável entre todos que fazem parte da comunidade escolar.
É importante destacar o artº 3º, que enfatiza os princípios norteadores do ensino no Brasil:
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
( ... )
II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - Respeito à liberdade e apreço à tolerância.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação - Lei Darcy Ribeiro - nº 9.394/96 e das Diretrizes Curriculares Nacionais.
"A esperança não é para amanhã. A esperança é este instante. Precisa-se dar outro nome a certo tipo de esperança, porque esta palavra significa sobretudo espera. E a esperança é já." Clarice Lispector
4 - Princípios Estéticos
Antigamente, quando o jovem ia à escola, via um quadro negro e um giz na mão de um professor que a tudo comandava. Hoje, ele vê um quadro branco, um pincel colorido e quase o mesmo professor, exceto pelo fato dele já não saber tanta coisa. Muitas escolas e professores ainda insistem em realizar a prática de ensino do mesmo jeito que antes, mudou-se a forma, mas a essência continua a mesma.
O objetivo de antes era transmitir conteúdos e o objetivo de hoje deveria ser propor tarefas aos alunos que os tornem capazes de identificar, avaliar, reconhecer e questionar para que eles possam ser cidadãos deste novo mundo, (Perrenoud, 2000). O MEC sinaliza para a necessidade de se promover formas de aprendizagem que desenvolvam no aluno sua criatividade, análise crítica, atitudes e valores orientados para a cidadania, atentas às dimensões éticas e humanísticas e que supere o conteudismo do ensino reduzido à condição de meros instrumentos de transmissão de conhecimento e informações. Então, faz-se necessário repensar os objetivos da educação de modo a permitir que o aluno compreenda o mundo, que dele se aproprie e que o possa transformar. Sugere Castilho (2001) que o método de ensino é a variável que mais pesa nos resultados do desempenho do aluno. Almeida (1999) argumenta que a forma de conceber a educação envolvendo o aluno, promovendo sua autonomia e garantindo uma aprendizagem significativa deveria ser por meio do desenvolvimento de projetos. À medida que suas competências são desenvolvidas, suas possibilidades de inclusão na sociedade da informação são ampliadas.
A PEDAGOGIA DE PROJETOS - Na visão de Perrenoud (1999, p.12) a escola deveria estar se contagiando com a noção de competência utilizada no mundo do trabalho e das empresas. É pensamento comum, entre os autores pesquisados, que para isso ocorrer é necessária a superação da visão fragmentada do conhecimento fornecida pela escola através das disciplinas. Fazenda (2001, p.16) enfatiza que a escola, na medida que organiza os currículos em disciplinas tradicionais, fornece ao aluno apenas um acúmulo de informações que de pouco ou nada valerão na sua vida profissional, principalmente por que o ritmo das mudanças tecnológicas não tem contrapartida com a velocidade que a escola pode se adequar. Numa visão interdisciplinar deesnvolvendo nos alunos a criatividade, a curiosidade, a emoção e as diversas manifestações artísticas e culturais, sempre com abordagens curriculares e de mudança de comportamento, não deixando de frisar a PREPARAÇÃO DO ALUNO PARA A SUA CIDADANIA.
O currículo realmente deve ser um instrumento político de poder e controle social sobre a produção dos conhecimentos dos alunos. Ele transmite visões de mundo e reproduz valores que são responsáveis pela formação de identidades individuais e sociais. A escolha dos conteúdos curriculares seja conceituais, temáticos ou de valores morais passam por essas relações e perpassam a quaisquer conceitos ditos estanques.
5 - Organização Curricular: por série/ciclo/por área/por disciplina ( deve constar a Grade da Escola).
CÓDIGO DO ATO - LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003
LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.
Mensagem de veto Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.
§ 3o (VETADO)"
"Art. 79-A. (VETADO)"
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’."
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.1.200
CONTEÚDOS - HISTÓRIA DA CULTURA AFRO BRASILEIRA - LEI 10.639
Objetivo Geral: Promover a história e a cultura afro-brasileira e africana capacitando os professores e alunos para que pratiquem no seu cotidiano as práticas de respeito e de valorização da cultura negra para, agora, agirem como multiplicadores na aplicação da Lei n.º 10.639/2003 nas escolas.
Disponibilizar um espaço para troca de experiências na aplicação da lei, bem como a continuidade da formação na temática da história e cultura afro-brasileira e africana.
1- A Escola e a reprodução das desigualdades
2- O Currículo cotidiano- Atividades e Projetos
3- O Ensino da História da África em debate- (Uma introdução aos estudos africanos)
4- A África só dos grandes “Reinos” e “Impérios”? - O Ensino da História da África em debate
(Uma introdução aos estudos africanos)
5- Uma África dividida por tribos e nações?
6- Os Negros que Escrevem Durante a Escravidão: do Amor à Liberdade,
7- Construindo a Identidade- DA PALAVRA FALADA EM LÍNGUA GERAL À ESCRITA NEGRA EM PAPEL BRANCO
8- Cultura e trabalho
9- Áfricas recriadas em terras brasileiras
10- Negritudes plurais e culturas negras dinâmicas
11- O Direito é Legal no Combate ao Racismo – Lei Nº 10. 639/03
12- O estudo da Capoeira no Brasil
13 – Os Quilombos
14- A Tráfico e escravidão na África
15- O movimento das mulheres negras
16- Estudo das personalidades que fizeram história no Estado da Bahia.
17- Estilos Musicais da juventude negra: o rap e o funk
18 – Africanidade e religiosidade: uma possibilidade de abordagem sobre as sagradas matrizes africanas na escola
19- Projetos Interdisciplinar:
- Um olhar Negro.
- Consciência negra: Zumbi dos Palmares
- Grupos de Capoeira do município – praticando e vivendo
- Projeto Cantar Afro-Brasileiro.
- A Contribuição do Índio e do Negro na alimentação Brasileira.
- Olhares - Construindo ideentidades.
20- Escola: Espaço privilegiado para a construção da cultura de consciência negra.
21- O Direito à Diferença.
Sínteses do Roteiro do PPP – Conforme esquema estrutural proposta acima.
A educação escolarizada no Brasil ainda está pautada numa tradição européia que valoriza a erudição, uma cultura livresca pouco condizente com a nossa realidade. O conteúdo programático da educação básica tem mantido uma visão monocultural e eurocêntrica, deixando de fora as muitas culturas existentes na sociedade brasileira, principalmente a cultura de tradição oral.
O ato de educar na escola oficial não tem atingido o objetivo de possibilitar às pessoas uma visão mais abrangente do mundo em que vivem, muito ao contrário, segue o modelo da “educação bancária”, em que são depositados conhecimentos um a um, que pouco contribuem para uma formação cidadã. Nesse modelo de educação, os conhecimentos adquiridos (leitura, cálculos, datas históricas) são considerados sempre como mais importantes que os conhecimentos sentidos (músicas, danças, histórias, contos, lendas e parlendas).
O movimento negro vem, ao longo dos anos, reivindicando revisão do currículo escolar nos diversos níveis de ensino formal. Essa reivindicação tornou-se lei e foi delineada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Raciais e para o Ensino da História e da Cultura Afro-brasileira e Africana. Entretanto está na lei, mas não está nos costumes. Construir uma prática pedagógica que destaque o negro como sujeito ativo na construção de nossa sociedade é um dos grandes desafios que se tem enfrentado.
É urgente, portanto, a tomada de consciência por parte desses profissionais sobre os valores socioculturais trazidos pelas/os educandas/os e instituir um currículo que seja capaz de recriar suas histórias, incorporando-as ao saber acadêmico e, dessa forma, interagir na formação de cidadãos conscientes e capazes de enfrentar as desigualdades, romper as armadilhas dos preconceitos, garantindo o espaço participativo e a conquista de direitos no combate às exclusões.
O currículo realmente é um instrumento político de poder e controle social sobre a produção do conhecimento. Ele transmite visões de mundo e reproduz valores que são responsáveis pela formação de identidades individuais e sociais. A escolha dos conteúdos curriculares seja conceituais, temáticos ou de valores morais passam por essas relações.
No cotidiano o que podemos constatar é que os currículos escolares continuam omitindo informações sobre a presença e participação dos negros na história do Brasil, pois isso é de interesse da classe dominante, haja visto que os alunos pretos ou pardos são ainda os que possuem os mais baixos rendimentos escolares. Observamos no cotidiano pouca atenção à valorização dos negros no currículo: os trabalhos propostos na escola que falam do povo africano estão restritos às comemorações de 13 de maio e 20 de novembro, e “não se fala mais nisso”. O negro e o mestiço se sentem inferiorizados neste ambiente escolar onde sua imagem é omitida ou mostrada de maneira negativa como falta de prestígio social e histórico.
Os livros didáticos tratam ainda de maneira superficial essas questões étnicas-raciais, não há destaque do negro em cartazes em sala de aula, mesmo na escola em que trabalho onde 42% dos alunos declarados são pretos ou pardos de acordo com o senso escolar de 2006. 39% dos alunos não declararam cor/raça.
Percebemos também, ainda que camuflados, o preconceito racial entre colegas e entre professores e alunos, através de valores morais explicitados nos olhares, gestos, apreciações e repreensões de condutas, aproximações e repulsas de afetos, legitimações e indiferenças em relação a atitudes, escolhas e preferências.
Estes alunos negros e mestiços são submetidos dessa forma a uma violência simbólica em suas experiências escolares.
São questões pouco discutidas pelos professores nas escolas atualmente. Essas questões são tratadas como se não existissem em nosso ambiente escolar. Silenciamos. Ou por não sabermos como tratá-las ou por sermos coniventes com a idéia de que o branco é realmente superior. De acordo com pesquisa feita junto às escolas em que conheço, cheguei a seguinte conclusão: estas questões étnico-raciais não estão formalizadas no Projeto Político Pedagógico através do currículo. Só acontecem na escola por ocasião das comemorações pelo “Dia da consciência negra”, através de atividades sobre o tema. Outras raças ou etnias vão estar presentes na escola por ocasião de eventos como a Copa do Mundo, as Olimpíadas e outros.
Alternativas e possibilidades:
- Identificar preconceitos e estereótipos presentes na escola.
- Revisão do sistema do ensino-aprendizagem, tais como: currículo, livros e materiais didáticos que apresentavam tendência à folclorização da cultura negra com a veiculação de teorias racistas.
- Promoções de ações afirmativas garantindo o direito de acesso à educação, como também a permanência e o êxito das/os educandas/os de diferentes pertencimentos étnicos/raciais e níveis socioeconômicos.
- Diferentes identidades: considerar as singularidades e as pluralidades existentes entre os diferentes sujeitos presentes no cotidiano escolar, compreendendo, na prática pedagógica, que todas as identidades se constroem e se manifestam ao longo do processo social e de formação humana.
Nas disciplinas do núcleo comum, como Língua Portuguesa e Geografia, pode-se fazer um trabalho interdisciplinar no estudo dos países que falam a Língua Portuguesa e sua localização geográfica. Por exemplo, podem ser lidos textos e poesias de autores negros, como Solano Trindade, Elisa Lucinda, Jonatas Conceição, Lindinalva Barbosa, entre tantos outros já consagrados.
Em Ciências: os estudos das ervas medicinais (conhecidas como sagradas nas comunidades de terreiro), as doenças que atingem a população negra podem ser o elemento de identidade. Em História e Matemática, pode estar inserido o olhar africano, de forma que se fale das origens, da hominização, das fontes escritas e da tradição oral, desconstruindo a idéia de África a-histórica e introduzir as invenções técnicas matemáticas africanas do paleolítico.
"Podemos não ser capazes de determinar para onde sopra o vento, mas pdemos ajustar as velas."
Que tenhamos coagem para mudar o que pode ser mudado, resignação para aceitar o que não pode ser mudado, e sabedoria para distinguir entre um e outro."
REFERÊNCIA
Vasconcellos, Celso dos S. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. Cadernos Pedagógicos do Liberdad – 2 12ª edição – Liberdad – Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica – São Paulo – SP: 2002.
Perrenoud, P. Construir as competências desdes a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. 90p.
________ Pedagogia diferenciada: das intenções à ação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 183 p.
_________ A pedagogia do projeto a serviço do desenvolvimento de competências. In: 3º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO. São Paulo: 2003. 40 p.
TEIXEIRA, Anísio. Educação é um direito. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1996
SAVIANI, D A Nova Lei da Educação: trajetórias, limites e perspectivas. Campinas/SP: Autores Associados, 1997.
MUNANGA,Kabengele, Superando o racismo na escola, MEC – Brasília 2005
COLEÇÃO EDUCAÇÃO PARA TODOS, História da educação do negro e outras Histórias, MEC, Brasília, 2005
Sites:
http://www.dgidc.min-edu.pt/inovbasic/biblioteca/ccoge09/cap3.htm