quinta-feira, 1 de maio de 2014

FLORESTA AZUL - HISTÓRIA E MEMÓRIA

Em 1936 Manoel Saturnino construiu a primeira casa de alvenaria da cidade e no mesmo ano, o arraial já contava com nove casas. Já demonstrava a partir daí, que a nossa cidade estava centrada em desenvolver-se independentemente, tanto que em 1961,o sentimento do povo de Floresta Azul era pela sua emancipação.
Reuniões no clube da cidade eram cada vez mais freqüentes. Participavam cerca de 50 pessoas, entre elas:
 Temístocles Alves de Matos, administrador do distrito; Abdias Pedro dos Santos (Didi); Arthur Eliot; Genésio “Coletor”; Expedito (escrivão da coletoria); o agrimensor João Nunes da Silva (Dão); Isaias Cardoso; Hilton Borges; Amâncio Macena; Pompílio Silveira; Domingos Guilherme Santana; Marcelino Guilherme Santana; Cecílio Bruno; José Tibúrcio; Filadelfo José da Silva; Clodoaldo Berbert de Castro; Salvador Alves Batista; Osdimário Oliveira da Silva (Dedeu); Gerson Silveira e Souza (Gerson Correia); Santino Varjão. Por sugestão do Deputado Wandick Badaró, amigo de Dão, decidiram formar uma comissão pra se dirigir ao presidente da Câmara Estadual, Vespasiano Dias, levando um abaixo assinado da comunidade em que requeria e emancipação do distrito.
O município de Floresta Azul foi emancipado em 23 de abril de 1962, pela sanção da Lei 1.686, expedida pelo então governador da Bahia Juracy Magalhães e publicada em Diário Oficial no dia 26 de abril do mesmo ano.
O processo de municipalização foi à concretização de um sonho antigo do senhor Manoel Saturnino dos Santos, ou simplesmente, “Seu Duia”.

Com a construção da estrada que ligaria Ibicaraí-Bahia a Vitória da Conquista - Bahia, muitos garimpeiros e tropeiros acampavam as margens do Rio Salgado, fazendo com que “Seu Duia” percebesse a grande empreitada de sua vida; a construção de uma cidade.
Trechos do livro do Professor Genivaldo Pereira.

HINO DE FLORESTA AZUL

HINO DE FLORESTA AZUL

(Refrão)
Avante, avante cruzado,
Sob o céu do cruzeiro do sul,
Sejamos todos ousados,
Guardiões de Floresta Azul (bis)

Nossa terra herança de avós,
Expressão do valor no trabalho,
Terás sempre assim perto de nós,
Em nossa alma perene agasalho.

Na constância do bem viveremos,
E ao sol cresceremos em labor,
A essa terra de luz nós daremos,
Muita paz, todo bem, muito amor.

Das florestas as sombras felizes,
Laboremos com larga ufania,
A esta terra de paz que bem diz,
O condão de ser luz da Bahia.


FLORESTA AZUL - RELATOS DA SUA ORIGEM.

FLORESTA DE DESBRAVADORES

Floresta Azul terra de grandes desbravadores
Terra de conquistas
Dos tropeiros viajantes
De homens que armavam suas tendas à descansar
Dos viajantes aqui a passar
Na labuta do dia a dia
Floresta das baronesas que deram origem ao seu nome
Dos aguapés azuis floridos na intimidade do verde natural
Floresta de Alcino Ferreira Lima,
Homem destemido que marcou a história com o primeiro casebre na Rua da Palha
Floresta de João Nunes, o conhecido Dão.
Homem de visão que contribuiu muito para a emancipação desta
Tão bela cidade, que juntamente com Wandick Badaró, então deputado, não mediram esforços para este Sonhado desejo do povo florestense.
Floresta de Manoel Piloto
De Manoel Saturnino
Floresta de Themístocles Alves de Matos
De pessoas conhecidas
Dos não conhecidos
Mas, Floresta de grandeza e de harmonia.
Terra, que é herança de avós
De homens trabalhadores
De homens que não mediram esforços para que seu nome fosse marcado nas páginas dos corações Daqueles que não se envergonharam de construí-la.
Homens que acreditando no potencial da natureza.
Homens que acreditando no Rio Salgado das águas que banham os leitos desta terra, não se limitaram em Tê-la como mãe.
Floresta Azul que ainda é menina, que no despertar dos seus sonhos ainda sonha com a adolescência de Novos desafios e de novos amores.
É a bela terra de namoros que fazem brilhar os desejos e sonhos de uma menina que vai descobrindo Novos amores e novos olhares.
Floresta que sonha com a idade adulta
Que sonha experiente
Que sonha avó
Com seus netos te abraçando e sonhando com as histórias de vida, de amor e de muitas experiências.
Floresta que não viverá bem enquanto não assistir o grande espetáculo do crescimento e da felicidade dos Teus filhos.
Floresta que poupou amor, carinho e sentimento nativista para poder produzir o grande espetáculo  do Progresso.
Grande mãe que encantando seus filhos no berço, amamenta de esperança cada filho que nasce ou que te Adota como matriarca.
Filhos que amamentados pelo seio fraterno de hospitalidade, garante a certeza de poder construir verdes Matas para seus filhos tornarem-se guardiões vivos de uma história que não pode acabar, porque acredita Nos seus filhos.
Floresta de desbravadores e de ilustres personagens que além de produzir, sabem atuar para que o Espetáculo não possa acabar.
Parabéns Floresta Azul, pelos seus 52  anos de muita labuta!
Autor: Professor Genivaldo Pereira


A EMANCIPAÇÃO DE FLORESTA AZUL – BAHIA
           Um povo corajoso que não foge a luta sempre está atento para enfrentar os maiores desafios, principalmente quando esses desafios são traçados nas páginas de histórias contadas por pessoas que ousaram avançar e contar suas bravuras ao longo os tempos. Homens que corajosamente e com pensamentos livres, buscaram num pequeno lugarejo, próximo a um belo rio, contar histórias de liberdade.
E a liberdade é preponderante para que um povo, nação ou comunidade possa ter direito de decisão, escolhas e vida própria para desenvolver o curso da sua historia no tempo e espaço. Floresta Azul, semelhante a outros municípios também teve o seu momento de emancipação. Contudo, não se tem registro de ter ocorrido lutas, batalhas para que este anseio se concretizasse.
Os estudos da história local podem resultar em descobertas importantes e grandes contribuições, com novas possibilidades que poderão servir de base para uma maior compreensão dos fenômenos históricos, favorecendo o contato direto com dados empíricos de pesquisa e fatos concretos, reais.
Retratar a história de um povo que, sendo conhecedores e conscientes da sua história são capazes de reconhecer os méritos dos seus baluartes e do processo que desencadeou a emancipação do município. Um município poético e encantador, pequeno e lindo e, com certo orgulho do trabalho pioneiro dos seus homens.
O espaço onde se constrói uma cidade nos convida para o reconhecimento de um espectro infinito de determinação/relações. É nesse plano intrincado que homens, mulheres, crianças, velhos e velhas estabelecem, projetam, realizam suas vidas. O que trazem, o que inventam, o que transformam está além de qualquer possibilidade positiva de determinação. No entanto estabelecer, associar processos instituindo matizes explicativos é o fazer próprio da condição de cidadania nos estertores do século XX. (MONTENEGRO, 1992, p. 90)
Montenegro mostra com clareza que o espaço onde se constrói uma cidade torna-se convidativa, pois, através dessa construção surgem determinações, associações e crescimentos, onde o homem torna-se mais vivo e a vida mais promissora. É preciso valorizar o que se tem e a cidade é o porto seguro para uma vida mais digna.
Palmilhar esses caminhos da emancipação e dos grandes autores desta é percorrer e analisar os fatos, consultando a história e a memória, tirando conclusões para levar aos filhos da terra a compreensão dos seus fatos históricos.
A história de Floresta Azul construída através da oralidade, fotografias, folhetins etc., deu oportunidade a construir um trabalho elevando muito a oralidade, como explica Meihy.
A origem do nome de Floresta Azul, dada pelo sr. Manoel Piloto ao imóvel adquirido por título em 1916, é muito discutida. Uns afirmam ter sido o nome inspirado pela observância da mata fechada, enquanto outros atribuem às baronesas em flor que cobriam o Rio Salgado.

Mas o certo é que Floresta Azul começou a surgir com a abertura da estrada Palestina – Itambé. Em 1928, Duia fez uma permuta com Manoel Piloto, trocando uma propriedade no Ribeirão das onças, por parte da Fazenda Floresta Azul, finalmente, em 1946 ele compraria toda a área restante da terra que compunha os quase 200 hectares.
Em 1936 Manoel Saturnino construiu a primeira casa de alvenaria da cidade e no mesmo ano, o arraial já contava com nove casas. Já demonstrava a partir daí, que a nossa cidade estava centrada em desenvolver-se independentemente, tanto que em 1961,o sentimento do povo de Floresta Azul era pela sua emancipação. Reuniões no clube da cidade eram cada vez mais freqüentes. Participavam cerca de 50 pessoas, entre elas:
 Temístocles Alves de Matos, administrador do distrito; Abdias Pedro dos Santos (Didi); Arthur Eliot; Genésio “Coletor”; Expedito (escrivão da coletoria); o agrimensor João Nunes da Silva (Dão); Isaias Cardoso; Hilton Borges; Amâncio Macena; Pompílio Silveira; Domingos Guilherme Santana; Marcelino Guilherme Santana; Cecílio Bruno; José Tibúrcio; Filadelfo José da Silva; Clodoaldo Berbert de Castro; Salvador Alves Batista; Osdimário Oliveira da Silva (Dedeu); Gerson Silveira e Souza (Gerson Correia); Santino Varjão. Por sugestão do Deputado Wandick Badaró, amigo de Dão, decidiram formar uma comissão pra se dirigir ao presidente da Câmara Estadual, Vespasiano Dias, levando um abaixo assinado da comunidade em que requeria e emancipação do distrito.
O município de Floresta Azul foi emancipado em 23 de abril de 1962, pela sanção da Lei 1.686, expedida pelo então governador da Bahia Juracy Magalhães e publicada em Diário Oficial no dia 26 de abril do mesmo ano.
O processo de municipalização foi à concretização de um sonho antigo do senhor Manoel Saturnino dos Santos, ou simplesmente, “Seu Duia”. Com a construção da estrada que ligaria Ibicaraí-Bahia a Vitória da Conquista - Bahia, muitos garimpeiros e tropeiros acampavam as margens do Rio Salgado, fazendo com que “Seu Duia” percebesse a grande empreitada de sua vida; a construção de uma cidade.
Lei Nº. 1.686 de 23 de abril de 1962
Cria o município de Floresta Azul, desmembrado do de Ibicaraí.
O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA faz saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Fica criado o Município de Floresta Azul, desmembrado do de Ibicaraí, com os seguintes limites:
COM O MUNICÍPIO DE IBICUÍ:
Começa na serra do Salgado no marco que confronta a nascente do ribeirão Água Vermelha; segue pelo divisor de águas da serra do Salgado até a nascente do rio do Ouro.
COM O MUNICÍPIO DE COARACÍ:
Começa na nascente do rio do Ouro e segue pela reta que vai para o marco situado a meia distância entre os dois braços formadores do rio do Boqueirão, até o marco que confronta a nascente do ribeirão da Saloméa.
COM O MUNICÍPIO DE IBICARAÍ:
Começa na reta tirada da nascente do rio do Ouro para o marco a meia distância entre os dois braços formadores do rio do Boqueirão, no marco que confronta a nascente do ribeirão da Saloméa; daí alcança esta nascente; desce pelo ribeirão da Saloméa, até sua foz no rio Salgado; daí em reta de direção Sul, até o marco na serra dos Barbados, que divide as bacias dos rios Salgado e Colônia.
COM O MUNICÍPIO DE ITABUNA:
Começa no marco na serra dos Barbados que divide as bacias dos rios Colônia e Salgado e segue por este divisor até encontrar a serra das Pedras.
COM O MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DA VITÓRIA (IBICARAÍ):
Começa no encontro dos divisores de águas das serras dos Barbados com a das Pedras, no marco que confronta a nascente do riacho do Escondido; daí em reta alcança esta nascente; desce pelo riacho do Escondido até sua foz no rio Salgado; sobe por este até a foz do ribeirão Água Vermelha; sobe por este até sua nascente; daí alcança o marco no alto da serra do Salgado.
Art. 2º - O Município de Floresta Azul será constituído de um único distrito - Floresta Azul - sede.
Art. 3º - A eleição para Prefeito e Vereadores do Município de Floresta Azul, se realizará a 07 de outubro de 1962 e a instalação do Município e posse dos eleitos efetivar-se-ão a 07 de abril de 1963, ficando seu território até lá, sob a administração do Município de Ibicaraí.
Art. 4º - O Município de Ibicaraí fica obrigado a aplicar no atual distrito de Floresta Azul até sua definitiva emancipação, 70% da renda arrecadada no referido distrito.
Art. 5º - O Município de Floresta Azul responderá por parte da dívida do município de Ibicaraí, contraída até a data da publicação desta lei e a sua avaliação será feita em Juízo Arbitral, na forma do Código do Processo Civil, salvo acordo homologado pelas respectivas Câmaras Municipais.
Parágrafo único - Na avaliação prevista neste artigo, levar-se-ão em conta a superfície e o valor do território desmembrado, bem como a média da renda municipal nele arrecadada no último triênio.
Art. 6º - Até que tenha legislação própria vigorará no novo município a Legislação do município de Ibicaraí, salvo a Lei Orçamentária, que será decretada por ato do Prefeito, dentro de quinze dias da instalação do Município, mediante proposta do Departamento das Municipalidades.
Art. 7º - Os funcionários municipais, com mais de dois anos de exercício no território desmembrado, terão neste assegurados os seus direitos.
Art. 8º - Os próprios municipais situados no território desmembrado passarão, independentemente de indenização, à propriedade do Município criado.

Art. 9º - Os casos omissos nesta Lei serão regulados pela Lei nº. 140, de 22 de dezembro de 1948 (Lei Orgânica dos Municípios).
Art. 10 - Revogam-se as disposições em contrário.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 23 de abril de 1962.
JURACY MAGALHÃES
Governador
Manso Cabral
Digitador

Na década de 1960, quando o Gerador de Energia que iluminava a cidade das 18:00h às 22:00, todas as donas de casa corriam para acender os lampiões, aladins, placas ou velas, ao primeiro toque da sirene. Ao terceiro toque acabava a mordomia da luz elétrica. O prefeito dessa época era o Senhor Themístocles Alves de Matos. 
Trechos do livro do Professor Genivaldo - Floresta Azul.